Estava voltando mais um dia do trabalho, num puto cansaço e, portanto, sem a mínima vontade de fazer o percurso andando. Seriam 15 minutos na paleta, mas preferi pegar o buzu, gastar o crédito do salvador card e gastar apenas 5 minutos. Quando entrei no transporte e empunhei meu cartão, a máquina acusou: “R$0 de crédito”.
- Ahn!? Essa porra tinha crédito
- É... Tem mais não – disse o cobra
- Oxe... Agora é que foi. Vou ver se tenho dinheiro aqui.
Isso o buzú já tinha andado e milagrosamente achei R$10 na carteira. Entreguei.
- Tem troco não.
- Como assim?
- Tem troco não, man.
- Porra véi... Só tenho esse ai.
- Mas num tem troco. Posso fazer nada.
- Pode sim. Você tem que ter troco, né possível.
- Tem não, ó! Tá vendo que aqui num tem porra nenhuma.
- Claro! Mas vocês são obrigados a ter troco até no máximo R$10, ta dizendo ai nesse adesivo no vidro.
(lá vai eu tentar ser moralista e defensor dos direitos humanos)
- Anh!? Esse aqui?
- É, esse mesmo.
- Rapaz... Tá ai mas num tem troco.
- Porra... E ai, como é que faz? Quero chegar em casa e tô com a grana pra pagar.
- Pois é... Sabe quem colocou esse adesivo ai?
- Sei lá!
- Nem eu! A parada tá ai mas a lei é essa aqui e não tem troco.
- Então tá. Vou ficar aqui e saltar do buzú sem pagar.
- Por mim...
Ai o coletivo chegou no meu ponto e eu saltei sem pagar. Na saída, vi uma mulher entrando no buzú com a carteira aberta e puxando uma nota de R$10, pronta para fazer o pagamento ao nobre cobrador.
4 comentários:
hehehehehehheheh
ACM era massacrado, mas é dele a frase que melhor retrata o nosso povo, nossos costumes e nosso cotidiano:
"Só se vê na Bahia..."
kkkkkkkkkkk
Muito boa! Salvador tem dessas coisas!
conheço gente que faz de propósito. leva uma de dez, vinte até cinquentinha pro cobrador deixar saltar sem pagar.
abraço
"- Por mim..."
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