segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Baianidade nagô

Mais um post de recomendações. Confesso que já tinha preparado os textos dessa semana, mas sábado saiu no A Tarde um especial sobre a baianidade, ela mesmo, a famigerada. Achei que tinha tudo a ver (e tem).

Pra quem não teve oportunidade de ler, recomendo imensamente. As matérias e entrevistas são um mergulho nesse conceito bastante falado e pouco discutido – em larga escala, porque no meio acadêmico as teses e dissertações correm o mundo. Dá pra saber, por exemplo, que no século passado (porra, como soa estranho falar “século passado”) a baianidade foi em grande parte fruto das músicas de Dorival Caymmi e dos livros de Jorge Amado, das interações dos personagens que ambos criaram. Essa imagem, portanto, foi sendo criada na cabeça do resto do país, o que eu vejo como um fato simplesmente, sem julgamento de bom ou ruim. O problema todo é que a partir da década de 50, a Bahia passou a usar esse conceito de baianidade, preguiça e alegria para vender o Estado como destino turístico. E o fez com bastante competência.

Enfim, não sou eu quem fala isso e nem devo ficar aqui gastando meu “blá blá blá”. Leiam as indicações que vale muito a pena.


: : Entrevista com Osmundo Pinho, Pós-doutorado em antropologia pela Universidade de Campinas e pesquisador da cultura negra.
: : Turismo e Baianidade: a construção da marca “Bahia”
: : O Brasil Best Seller de Jorge Amado - Ilana Seltzer Goldstein
: : Dicionário de Baianês – Nivaldo Lairú

Desfaz-se nesse instante o momento intelectual do blog. Nos próximos dias voltaremos com a programação bagaceir... quer dizer, com a programação normal

5 comentários:

Bruno Porciuncula disse...

Rapaz, eu li a entrevista desse Osmundo imaginando Gilberto Gil!

"o discurso da baianidade opera como uma ideologia, ou seja, uma máquina interpretativa, que converte significados e representações dispersas em uma narrativa coerente."


"Ora, como ideologia, essa narrativa, como a narrativa nacional, dissolve, solubiliza, contradições reais concretas"


"Na escola, nos meios de comunicação, na literatura na (pseudo) sociologia, se repete com vigor monocórdico a prevalência indisputada desses valores"


"Mas, como já disse, a narrativa tem sido construída e reconstruída ao longo do tempo. De tal modo, que esse viés foi logo reconvertido, inclusive pelo próprio Amado, numa celebração da sensualidade e da alegria, da carne e do sexo. "

E VIVA A BAIANIDADE NAGÔ!!!!!

Sunflower disse...

Conheço (leia ADORO) Fratellis, os outros vou checar, lerei a entrevista e voltarei cheia de comentários.

beijaaa

Anônimo disse...

Ahh..uma pausa para o pseudo. =D
Vou ler as entrevistas agorinha.
beijoss

Anônimo disse...

Grande!!! A baianidade é uma mistura de salitre com dendê, cerveja com carro saindo som alto do fundo e filosofia na rede em um final de tarde. Tudo isso com 10 horas diárias de trabalho!

Larissa Santiago disse...

baianidade nagô... iôioiôOoOo!!

a gente tem isso e nem percebe: alienação!