Eu já falei mais ou menos desse tema, porém é difícil não retornar a ele. A inquietação vem do fato que eu, e muitos dos meus leitores, vivem a realidade no cotidiano. Nosso verão é marcado por festas e o velho mito da alegria baiana, num momento em que se esquece de tudo para dar aos turistas tudo que eles querem: sexo.
Eu estava até conversando com um amigo essa semana sobre o valor do sexo na nossa sociedade. É demasiado, só para encurtar a conversa. Tudo desemboca no casamento e relações amorosas que, no final das contas, dá no sexo. É só pensar naquela mulher chata do seu trabalho, que vive enchendo o saco com perguntas ou trabalhos sem a mínima necessidade. A conclusão da maioria é que ela é mal comida. Ora, nós baianos pensamos assim e me envergonha até que em muitos casos eu corroborei com essa assertiva.
Pois aqui o sexo é o centro do nosso turismo. Se em décadas passadas a valorização era do bem-estar e da tranqulidade (preguiça para os sulistas), hoje o apelo é sexual. O que seriam então o carnaval e as festas do verão? Volto a lembrar: você que não conhece o verão de Salvador desconhece o que estou dizendo. É um negócio que, se analisado de uma maneira fria como estou fazendo, dá nojo. Todos os olhos, ouvidos e bocas estão concentrados na satisfação sexual dos outros. Tem que ter festa, tem que ter vida noturna diária e envolvente, tem que ter mulher. O turista não vem a Salvador atrás de cultura e tranqüilidade – isso ele faz indo a alguns destinos do nosso Litoral Norte -, vem sim atrás de putaria, com todas as letras que o diabo gosta.
É estranho porque parece que essa é uma opinião xenófoba, e eu odeio xenofobismo. Não, é uma opinião calcada na realidade. Nossa cidade (incluo até outros destinos da Bahia, como Porto Seguro e região) está virando um puteiro no verão. Um puteiro legitimado e apregoado por boa parte da sociedade jovem local, sedenta por coxas e vaginas. Puteiro é uma coisa ruim? De forma alguma, mas o que estamos vivendo é uma exarcebação da significação do termo e uma enraização da putaria pura e simples.
A esperança mora na mente daqueles que pensam a cultura local. Elogiei aqui e continuo elogiando, mas falta agora tomar as rédeas também do verão, dominado pelo hedonismo puro, barato e turístico.
É, estou meio azedo esses dias. Lembro-me agora de uma frase do grande Cláudio Assis: “faço porque dói”.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
10 comentários:
Eu acho que nem são só os baianos, são os humanos em geral. A esmagadora maioria das pessoas vive com a genitália na cabeça...
concordo sobre o lance do turismo sexual e o verão baiano. mas concordo tb com a Flávia. Não é só o baiano que gosta e só pensa em sexo. todo mundo. O Big Brother não é filmado em Salvador.
abração, Carreiro
Não quero ser redundante, mas compartilho da mesma opinião do Bono e da Flávia. Esse negócio de "sexo, sexo, sexo" é mais geral, está no cotidiano de toda a cultura brasileira - não falo das outras porque não tenho um conhecimento tão grande a respeito delas.
Opiniao de um turista sexual assumido: é bem mais facil trepar em Salvador do que em Porto Seguro ou Trancoso.
Motivo: as baianas sao mais receptivas que as turistas.
Turista Sexual
Não é na Bahia, é no litoral e no calor dos trópicos. Em Fortaleza é o mesmo, em natal também.
Aqui, falou com turista é puta. Impressionante.
Aí, que a queridona que vos fala estava num bar e viu que a mesa do lado, composta de gringos, estava tendo trabalho em ser compreendidos, e eu vi que eles falavam em alemao entre si. Empatizada, lembrando dos maus bocados que passei lá, por causa da barreira língua, perguntei se eles precisavam de ajuda.
Terminei por me mudar pra mesa deles, onde, voce sabe, perguntei várias coisas e disse umas outras tantas por não ter papas na língua.
Perguntei porque eles vinham aqui atrás de puta. E aleguei que eles vinham, pegavam a mulher mais ralé, levavam de volta pra Europa e fazia com que as brasileiras pegassem má fama lá. E perguntei porque eles não vinham simplesmente pra curtir as belezas locais.
Aí, que esses eram turistas novos e me disseram que vinham curtir e só, tipo ritual de passagem, aventura com amigos, essas coisas, mas que não dava pra diferenciar quem era outa e não só de olhar (o que é verdade, é um lance cultural já fiz um teste empírico com brasileiros, só locais sabem distinguir)e que quem vem pra cá, atrás só de comer, na maioria, sao os losers que lá não pegam ninguém.
No final, reafirmo a com a garota, paulo e flávia, sexo é bom e até as mal-comidas gostam, senão não ficavam descontando o rancor em todo mundo.
PS: NÃO MANDOU OS TEXTOS POR QUÊ?
"Carnaval de Salvador, maior puteiro a céu aberto do mundo"
Deviam vender logo assim. Fui no cinema esse fim de semana eu vi uma propaganda do bloco de Claudia Leite muito sem noção. Ela falando que beijar na boca no cinema era bom, mas no carnaval era muito melhor.
é verdade mesmo Rodrigo, daqui do sul a idéia que temos é que carnaval na Bahia é o cume da sazonalidade sexual.
Rodrigo, turismo e sexo costumam andar juntos, com os solteiros ou com os casados. Prostituição é outra coisa. E o que deve ser combatida é a exploração sexual, seja de crianças ou de adultos.
com certeza, estou em porto seguro, todo mundo afim de trepar com turista, e nenhum nativo ou nativa dá o braço a torcer, nem prostituta profissional se acha aqui, vich nunca mais volto, belo horizonte é mehor. proxima vez vou pra salvador, é tudo arraial, pitinga, axe moi, tudo ruim
Eu adoro sexo e putaria, é saudável, e a tendência é o ser humano se desapegar cada vez mais dos tabus acerca de homossexualidade, liberdade feminina e machismo. Que pena que você só observa o lado ruim das coisas e perde tempo escrevendo merda.
Postar um comentário