sexta-feira, 2 de maio de 2008

Monocultura

Eu tenho a sensação às vezes que Salvador é uma cidade tão atrasada e provinciana que nossas matrizes culturais ainda estão enraizadas no passado.Como se, culturalmente, nós só tivéssemos existidos em alguns momentos espaçados de toda nossa história.

Nosso cenário atual, portanto, é desanimador. Não estou aqui sendo burro ao criticar axé music/indústria do carnaval, que roda o mundo e leva o nome da Bahia. Mas a questão é mais profunda: não há uma cultura baiana verdadeiramente forte e que se sustente, assim como aconteceu em outras épocas. E isso é triste, eu confesso. No passado tínhamos Gregório de Matos e sua poesia satírica, levando com ele uma série de outros poetas que percorriam as ruas de Salvador e conviviam num ambiente cultural mais animador. Tivemos também Castro Alves, poeta de versos amplificados por todo o Brasil. Até no século passado fomos muito bem representados em diversas áreas, como pintura (Carybé), literatura (Jorge Amado e João Ubaldo, que escreve até hoje), música (Caetano e a trupe de Santo Amaro, etc etc) e até no cinema (Glauber Rocha).

Então, parece até um clichê, mas infelizmente é impossível fugir dele: vivemos numa monocultura, o que é uma coisa péssima, seja ela qual for.

Essa paralisia cultural me fez pensar nas “matrizes sócio-culturais” que permeiam nossa sociedade hoje. Cheguei a alguns nomes que formam a árvore genealógica do baiano. Posteriormente colocarei aqui, mas se tiver alguma dica ou sugestão, pode mandar.

3 comentários:

Paulo Bono disse...

é, o axé é uma merda. mas se a Bahia faz, tem que considerar mesmo. Acho até que a galera tem que aproveitar mais o berimbau nas musicas.

concordo, o problema é a monocultura. não entendo muito disso, posso ta falando merda, mas acho que isso é resultado da "baianidade" dos anos de ACM. Bahia virou sinônimo de festa (pq axé festa), virou sinônimo de Ivete com Banana.

Deixamos de ser tudo mais. até pq esse tudo mais não gera uma grana imediata, não traz turista pra ensaio de verão.

enfim, é o que vc já falou muito bem: é essa merda dessa monocultura.

abraço

gigi disse...

obrigada pela visita. até atualizei!

Anônimo disse...

Prezado Rodrigo,

As matrizes são as mesmas o problema é que estamos estagnados. Não olhamos mais para o regional, apenas o globalizado importa. Claro que sempre
existem as exceções, mas, de uma forma geral, se produzimos é com o foco em outros horizontes.