segunda-feira, 7 de julho de 2008

Milagre da medicina

Mesmo com o dia chuvoso, Jackson correu de casa direto para a Baixa dos Sapateiros. As lamas e poças se acumulavam pelo caminho e era difícil não topar com uma aqui e outra ali. Nem tinha dado 8h quando ele chegou à barraquinha de Seu Gonçalves, numa das vielas do bairro.

- Bom dia, seu Gonça... Me dá aquela porra pra subir o pau
- Qual dos, Jack?
- O Pramil, Gonça. Tu bem sabe do que tô querendo
- Mas hoje né seu dia de sorte não, meu camarada. A parada acabou ontem.
- Como acabou ontem!? Tô precisando, arranja logo ai que ainda tenho que ir trabalhar
- Tô lhe dizendo, man. Não sobrou uma pilulazinha sequer.

Jackson não fez cara de bons amigos. Já há alguns meses que ele vinha tendo problemas com ereção. No começo achou que era balela e nem deu bola, mas depois que Bernadete deu um pé na bunda dele por falta de sexo, o negócio ficou sério. Os amigos lhe indicaram o tal Pramil, pílula milagrosa proibida de ser vendida em Salvador e provavelmente no Brasil todo. Ninguém sabe de onde vem, mas Seu Gonçalves tem sempre disponível. Menos naquele dia.

E logo na quarta, que era o dia de dar o trato em Silvinha, a faxineira mais gostosa do Center Lapa. É verdade que ela tinha lá seus 40 anos, mas era cobiçada por todos e seus seios viraram até lenda nos Barris, de tão grandes e perfeitos que eram. Jackson tinha conseguido ir pra cama com ela mais de uma vez, um recorde que ninguém nas redondezas havia conseguido. A primeira vez foi no estacionamento do shopping. Quando Silvinha viu o volume por debaixo da calça ficou impressionada. Claro, ele havia tomado o Pramil mais cedo e o bendito estava fazendo efeito. Foi amor à primeira vista.

De lá para a quarta-feira chuvosa se passaram um mês exatamente e os dois já tinham ido para cama por mais de 10 vezes. O hotelzinho da ladeira da Estação da Lapa era endereço freqüente dos dois. Porém, o problema era que Jackson só conseguia transar com Silvinha sobre efeito do remédio. E então ele tinha agora que caçar nem que fosse uma mísera pílula pra poder fazer o pau subir de qualquer jeito.

Se na Baixa dos Sapateiros ele não conseguiu, o único lugar que sobrou era a Avenida Sete, mas lá Jackson era muito conhecido e ia pegar muito mal. E para quê servem os amigos? Beiço foi o encarregado de comprar a mercadoria na mão de um tal de Eduardo “Corta Braço”, alcunha intimidadora, porém de procedência corretíssima. Com R$10 Beiço conseguiu levar dois comprimidos para Jackson que não conteve a felicidade: tomou logo de tarde a primeira pílula para garantir uma noite dos sonhos à Silvinha.

Á noite correu tudo bem. Jackson pegou Silvinha no trabalho, foram comer um hot-dog por ali mesmo e se jogaram apaixonadamente no hotel da ladeira da Estação da Lapa. O local não era muito amistoso, mas era o suficiente para Silvinha se deliciar no resultado do Pramil. Ela não deu trégua a noite toda e foi sexo de tudo quanto é jeito e nada de Jackson gozar: mais de 1h20 sem tirar e sem gozar; já era o novo recorde do casal. E quem disse que ela reclamou? A situação era perfeita para Silvinha, que àquela altura já havia gozado quatro vezes. Mas veio a hora do gozo do rapaz.

Numa fração de segundo, que nem Jackson conseguiu pressentir, o jorro veio forte e acompanhado de uma forte dor de cabeça. Os dois caíram estatelados na cama e só 2 minutos depois Silvinha foi olhar pro lado e viu que algo não estava nos conformes. Jackson parecia não respirar, o suficiente para ela entrar em desespero. Foi um tal de gritaria que o dono do Hotel, Seu Antônio, apareceu esbaforido e não acreditava que o homem havia desmaiado naquela situação, se é que algo pior não acontecera.

Os dois correram e levaram, no carro de Antônio, Jackson diretamente para o HGE. Silvinha estava branca que nem papel e nem percebeu que o membro de Jackson ainda estava em riste. O hospital estava lotado, mas mesmo assim ele conseguiu ser atendido rapidamente. Algumas horas depois o médico apareceu.

-Senhora, é o seguinte: muito provavelmente seu namorado tomou algum tipo de medicamento para ereção. Esses remédios têm como função a “vaso dilatação”, aumentando o fluxo sanguíneo na região peniana. O problema é que essa dilatação não é seletiva e atinge o corpo todo, inclusive a cabeça. Em decorrência disso seu namorado teve uma AVC e encontra-se no momento em coma na UTI. Quando tiver mais informações aviso a Senhora. Boa sorte.

A noticia não poderia ser pior. Primeiro ela nem sabia que o rapaz era impotente. E depois... Coma? Ninguém sabia quanto tempo isso ia durar. Mais tarde ela foi visitar Jackson e notou um volume na coberta: era o pênis dele que ainda estava ereto com toda sua suntuosidade. Silvinha engoliu o choro e não segurou a tentação de pegar no membro de Jackson. Pegou com vontade, ensaiando até movimentos mastubartórios que a deixaram louca de tesão.

Nos meses seguintes, em que Jackson continuava em coma, o milagre da medicina que o matinha vivo era o mesmo que mantinha a ereção contínua depois de tanto tempo. Claro que Silvinha ajudava. Ela ia todo dia masturbar o namorado.

7 comentários:

Anônimo disse...

Grande CASTOR!!!!Bom, agora que descobriu minha outra identidade, posso me identificar como o velho Sandro.
Geralmente leio o post inteiro, mas hoje não deu.
Olha, vamos ver se esse fim de semana a gente se encontra, ok? Inclusive, acho que vou fazer uma feijoada ou uma lasanha!
Outra coisa, fiz um blog que se chama vinil digital (http://vinildigital.zip.net). Está meio corrido, por isso não ligue muito para a qualidade dos textos!
Abração!!!!!!!

Marcio Melo disse...

Hahahahah mais uma ótima meu velho!

Ricardo Leony disse...

ahahahahaha perfeito!!

velho, tá escrevendo bem pacas!!

dei muita risada aqui!!

eeeeeeee silvinha!!

Bruno Porciuncula disse...

Velho, que história engraçada! Você deveria escrever um livro com essas histórias doidas! Ia fazer sucesso!!

Postei no meu blog o seu Top 10! hehehehehehe

abração!

Anônimo disse...

hahahahahaha...

silvinha tinha que continuar a vida dela, né?
kkkkkkkk
Muito bom

Paulo Bono disse...

fantástico, Carreiro. Fantástico. Curto pra caralho essas histórias do povo, sobretudo do povo soteropolitano. E você sabe cada uma da porra.

abração, man.

Larissa Santiago disse...

hahhahaahha

muito boa...
coitado de Jackson, brother.