quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Diário de Viagem - Parte II: A cidade e o dia seguinte

Leia antes o Diário de Viagem - Parte I: o longo caminho até Lençóis

A primeira impressão que se tem ao chegar em Lençóis é de que ela é uma cidade no estilo colonial. Encravada no meio de serras e morros, ela conserva as ladeiras e pedras no chão ao melhor estilo Ouro Preto, só para ficar numa cidade bastante conhecida. As ruas são estreitas, e logo você percebe que Lençóis é muito pequena: a praça grande e o Banco do Brasil no centro e todo o resto à sua volta. Ah, a Igreja não fica no miolo, mas também não é longe. Aliás, longe mesmo só os destinos turísticos.

Se sua intenção é ficar num local mais badalado e movimentado, Lençóis é o lugar certo. Claro, não é nada comparado Porto Seguro em alta estação, mas na pequena cidade diamantina você vai encontrar gente do mundo todo. Nesse período do ano, o local estava bastante cheio, o que contrasta com a falta de infra-estrutura, um fato curioso, já que a cidade vive basicamente de turismo (mais a frente falarei sobre isso). Porém, se você quiser mais tranqüilidade e um contato ainda maior com a natureza, escolha outras cidades da região, como o Vale do Capão, destino certo de quem quer acampar e ter um período de calmaria.

Contato inicial feito, o relógio apontava para a hora do almoço. É fácil encontrar pela cidade todo tipo de opção, desde os pratos mais caros, até os botecos que servem prato-feito a R$5. Preferimos ficar no meio termo, nem tanto nem tão pouco. Aliás, você vai descobrir, os bons locais para fazer refeição são compartilhados por muitos, ou seja, se o bar/restaurante é bom, então todos vão querer ir para lá. E aí já viu: lotação quase sempre esgotada. Claro, os locais lá são pequenos; tem um bar com inacreditáveis 4 mesas! Mas não se preocupe, porque é só querer que todo mundo se ajeita.

A falta de infra-estrutura que eu citei parágrafos acima é bem latente. Os estabelecimentos parecem que não são preparados para receber muita gente, o que é bastante contraditório para um lugar que é destino de milhares de turistas por ano. Ainda tem um certo ranço de inferioridade - dito pelo dono de um dos restaurantes mais procurados da cidade que, por um acaso, é o novo secretário de cultura de Lençóis - que não condiz com o potencial turístico do lugar. Outro ponto de falha é o mercado cultural central, que na verdade nem sei exatamente o nome, já que não há nenhum tipo de informação ou indicação. É um imenso galpão que congrega alguns vendedores de artesanato, mas que está entregue às moscas. Se a pessoa quiser comprar alguma lembrança, tem que procurar pelas vielas da cidade algumas lojinhas onde os preços são bem salgados. Camisas? Só há uma loja com camisas boas, o resto é de uma qualidade de dar dó.

Então o Reveillon. Para nós, foi uma incógnita tremenda, porque não havia muita informação sobre atrações e o esquema geral. Mas foi muito gratificante, pois as atrações fugiram um pouco do estereótipo baiano: uma orquestra animou todo mundo, com música de todos os tipos, de axé à "New York, New York". As barracas de bebidas e petiscos faturaram alto com a quantidade imensa de turistas e nativos que se esbaldaram até 3h, afinal, 1º de janeiro era dia de trilha.

Foi difícil acordar às 9h dia 1º de janeiro, uma vez que o café da manhã da pousada ia apenas até às 9h30. Ressaca total, suco pra dentro, café pra dentro, pão... Quase cambaleando era hora de uma trilha mais leve, rumo a um local tranquilo para passar o primeiro dia do ano. E aí fomos para Ribeirão do Meio (único local que visitamos que era efetivamente na cidade de Lençóis), um riacho muito aprazível encravado no meio do mato. O caminho para lá dura 40 minutos aproximadamente, mas é apenas uma caminhada. Dá para ir sozinho, se você não quiser pagar um guia, ou aproveitar um grupo e seguir o povo. Ribeirão do Meio é ótimo, dá para tomar um banho gostoso e gelado e ainda tomar cerveja e comer churrasquinho, fruto de alguns ambulantes que ali comercializam os produtos. Porém, o melhor de tudo é a escorregadeira natural que o rio forma com as pedras do local. É só subir, se escorando nas pedras, e se jogar lá de cima sem medo de ser feliz. A sensação é incrível.
O dia se estendeu. É difícil sair de lá quando se está de ressaca. A dica é ir com tempo disponível, pois o lugar é convidativo para um dia estendido. Se você for mais guerreiro(a), pode levar mantimentos e bebidas, mas, como falei antes, tem ambulantes por lá.

7 comentários:

Marcio Melo disse...

Lençóis está no topo de meus locais preferidos para se viajar. Já fui lá 4 vezes.

Sunflower disse...

Como assim, CADÊ AS PRESEPADAS? CADÊ VOCÊ SE SENTINDO UM LOCAL E FAZENDO PAPEL DE RIDÌCULO? CADÊ OS NATIVOS CHORANDO PORQUE VOCÊ FOI EMBORA?

Ou essas coisas só acontecem comiga?

beijas

Anônimo disse...

Tou ligado que você levou farofa! ;) Hehehe
Não conheço a Chapada ainda. Quem sabe este ano?!
Cadê a 3ª parte? hehe

Anômima disse...

Hum, a viagem foi boa! Eu passei o réveillon em Petrópolis. Aproveitei as férias coletivas para conhecer a cidade, gosto de lugares históricos.

Ramon Pinillos Prates disse...

Eu fui em Lençois quando era guri, nunca mais fui.

Paulo Bono disse...

não é meu tipo de lugar.
e pra você ver, a Bahia nunca está preparada para receber ninguém. fala-se muito. só isso.

abraço

Mwho disse...

Há muito tempo, viajando de carro para Natal, parei em Lençóis para pernoitar e foi uma grande surpresa conhecer a cidade...
Acho que voltaria para ficar por uns dias...