terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Diário de Viagem - Parte I: o longo caminho até Lençóis

O relógio batia 5h25 do dia 31 de dezembro de 2008 quando entramos definitivamente na estrada. O sono, no momento, havia ficado para trás, pouco nos lembrando que havíamos dormido nada mais do que 3 horas. Mas no momento isso não importava. Deixemos que o cansaço bata depois de um dia exaustivo de trabalho, e não no começo de uma viagem de diversão.

Com Salvador ficando para trás, restava-nos muito papo e muita música, numa trilha sonora feita especialmente para a viagem de 5 horas de carro. Trocando em miúdos, dá cerca de 408km entre Salvador e Lençóis, o destino tão esperado. Chapada Diamantina, mais precisamente, com seu conjunto de belezas naturais inigualáveis e uma capacidade incrível de encantamento. Tudo estava lá nos esperando: trilhas pelo mato, subidas de morro, incursões em cavernas, etc. Mas antes tinha a estrada.

O primeiro trecho é incrivelmente ruim, e se você for para a região diamantina a partir de Salvador, recomendo cuidado na BR-324: muitos buracos e uma infinidade de caminhões a serem ultrapassados. Fora que demos de cara com um acidente grande, em que uma carreta carregada de pneus tombou na pista e pegou fogo, sabe-se lá como. Pista enterditada, tivemos que fazer o contorno dentro de uma cidade ou vilarejo. Aliás, nós e mais a estrada toda. Já pode-se imaginar o engarrafamento. Mas não, nada que atrapalhe. Essa é a vantagem de sair bem cedo.

Quando o carro toma o rumo do oeste, tudo mais tranqüilo. A pista melhora e os caminhões diminuem, deixando a viagem um pouco mais fluida. Para qualquer um, menos para o nosso carro. Numa trapaça do destino – alguns atribuíram ao meu “bocão”, sempre pronto a fazer piadas com celular fora de área, carro quebrado e esqueletos – o carro não mais desenvolvia. O pé fundo no acelerador e nada. Nada do carro acelerar. Celular? Fora de área. E o carro indo cada vez mais devagar, até chegar a uma média de 50km/h, algo inimaginável numa estrada. Mas assim tivemos que ir até a próxima cidade, Itaberaba. O caminho, de cerca de 40 minutos, foi incrivelmente tenso, com todos olhando a todo momento o celular, os ponteiros do relógio e a aceleração do carro. Todos devagar.

Itaberaba é uma cidade pacata, como a maioria dos interiores desse país, mas tem uma característica intrigante: buracos na pista. Não, sua cidade não tem mais buracos na rua que Itaberaba; isso é impossível. Chegou ao ponto em que era melhor escolher qual buraco cair do que tentar desviar. Na oficina, o mecânico não nos tranqüilizou muito, mas o que fazer àquela altura? Dali para Lençóis seriam aproximadamente 2 horas de tensão. Eu, obviamente, fui convidado a ficar calado o resto da viagem.

Graças a todas as rezas possíveis e imagináveis, nada de anormal aconteceu no restante do tempo. Foram 2 horas tranqüilas; apenas o carro engasgou pouca vezes, só para dar emoção. E Lençóis era logo ali.

5 comentários:

Anômima disse...

Um dia vou conhecer a Terra de Ninguém. Ainda não saí do Sudeste :-/

Anônimo disse...

Fui a Lençóis quando era muito pequeno, mas me lembro de ter achado linda!
Grande aventura! Nunca mais fiz dessas!
Abraços!

Anônimo disse...

No próximo post coloca umas fotos! Feliz 2009!!!

Larissa Santiago disse...

ehh poe fotos!
eu fui lá nos meus 15 anos!
presente inesquecível!!

Sunflower disse...

Medo de Lugar Nenhum. De gritar e escutar meu eco. Sou, oh, tão urbe. Deve ser por isso que vivem me perguntando se sou paulista. Ah, sou neurótica tb.