sábado, 1 de novembro de 2008

Ó Paí, Ó... Quanta besteira

Se o filme Ó Pai Ó, lançado em 2007 e dirigido pela péssima Monique Gardenberg, apresentou uma história fraca e sem pé nem cabeça, agora a série, de mesmo nome e que estreou na Globo nessa sexta, resolveu apelar. E fez feio, muito feio. Com a mesma diretora liderando o projeto, o seriado teve seu primeiro episódio repetindo os mesmos erros do longa: história fraca, personagens caricatos e piadas sem graça nenhuma.

Eu realmente não sei qual é pior: se o primeiro episódio ou o filme todo, lançado há quase dois anos. Dessa vez, o projeto manteve parte dos personagens e histórias antigas, mas em momento algum consegue ganhar fôlego. De um lado temos o mesmo Roque tentando ser cantor, e do outro um punhado de personagens saídos do imaginário de pessoas que de jeito nenhum vivem a realidade de onde tentam mostrar. Aliás, o tal Roque é cantor de um estilo típico de grandes gravadoras e produtores musicais, nunca soando genuinamente baiano. Podia ser um reggae, pagode, axé, brega... Mas o que se ouviu foi um estilo asséptico e certinho demais. E as roupas dele? Visivelmente de marca e com ícones americanos, como Jimmy Hendrix, e sem nenhum diálogo com a realidade local.

Os problemas não param por aí. A temática abordada nesse episódio, “Mercado Branco”, em momento algum consegue cumprir seu papel de crítica ao falido sistema fiscal brasileiro e municipal. Por mais que tente, o roteiro só consegue tirar poucas risadas quando o tema é tratado, deixando de fora uma discussão mais ampla e centrada do problema dos impostos e do mercado informal.

Os personagens, nessa mesma linha, não convencem, principalmente para quem mora em Salvador. Alerto: esse povo do seriado não existe! A realidade é outra muito mais sofrida, violenta e sem maquiagem. Se a intenção era mostrar o povo, como alardeou diretores, atores e produtores, a missão falhou feio. Tudo é muito colorido e os personagens falam como se estivessem gingando numa roda de capoeira, sem nenhum espelho com a naturalidade do povo.

Se vocês puderem, fujam do próximo episódio. Eu ainda me pergunto como um cara talentoso como Matheus Nachtergaele se propôs a fazer aquele personagem, o Queixão. Não consigo entender, não entra na minha cabeça. Lázaro Ramos? Esse aí tem justificativa: parece que sentiu uma dívida com o Grupo de teatro que o ajudou no começo da carreira (que produziu a peça original “Ó Paí Ó”) e resolveu retribuir encabeçando o projeto. Pena que é uma furada das grandes.

13 comentários:

Anônimo disse...

Porque nao poem o link pra gente ver em vez de ficar falando baboseira!!1

Mwho disse...

Rodrigo,
Ainda bem que eu estava com sono e fui dormir...
Assim, nem vou tentar assistir ao próximo...
Ganhei tempo e sono!!!
Valeu!

Marcio Melo disse...

Porra man, não deu preu ver não mas pelo visto é bizarro mesmo ein?

Flávia disse...

Te confesso que eu mesmo achando caricato demais... sei lá, mesmo pra ficcção acaba ficando esquisito.

Beijos!

Ramon Pinillos Prates disse...

Eu não tive coragem nem de ver o filme.

Bruno Porciuncula disse...

Vi o filme e achei um lixo. Nem me dei o trabalho de ver a série.

Você viu, no Fantástico, Lázaro Ramos, e mais dois atores (que só serviram para ilustrar, já que não falaram nada), sendo o repórter por um dia e mostrando o Pelourinho de noite?

Uma decadência só. As ruas vazias...

E, cá para nós, já tô enjoado de Lázaro Ramos... não acho ele esse ator todo que dizem. Prefiro muito mais Wagner Moura....

Anômima disse...

Não vi o filme nem o seriado. E pelo jeito não perdi muita coisa, né? Adorei seu texto.

Anônimo disse...

Não vi o 1º episódio, mas não achei o filme grande coisa de qualquer forma. E se repetir o longa, acho que não vou ficar muito entusiasmado.
Abraços!!!

Anônimo disse...

Matheus, sinceramente.... Só conseguia me lembrar de Joao grilo. Forçado, muito ruim.

Larissa Santiago disse...

como comentei com o george, nunca pensei que fosse reclamar do Matheus...
eu, apesar de tudo gosto do seriado, depois de muito resistir ao filme! e acho q nossa imagem na Tv fica akela ali (imagem que, como disse Rodrigo) nao relata a verdade!

Anônimo disse...

Eu não vi, mas vou ver algum para poder opinar.

Chantinon disse...

Quando vi o Arnaldo Jabor elogiando o filme eu já sabia que era bomba.
O Jabor é ótimo como cronista, e péssimo como cineasta, como todos os cineastas brasileiros que continuam sendo brasileiros.

Eu adoro o povo da Bahia, mas não é possível negar que parte dos baianas faz por merecer essas piadas (sim, esse filme só pode ser piada).

Adoro quando pessoas do Sudeste vem pela primeira vez ao Recife. Faço de tudo para leva-los a um tur por todos os piores lugares da cidade.

Como costumo só andar por suburbios e me livrar do transito, lugar feio e gente feia é o que não falta no meu trajeto.

Depois que os caras percebem que a cidade tem mais que 200 carros, e favelas que lutam para ficar do tamanho das do RJ, ai sim, levo eles para almoçar na parte rica.

Acho que o maior contraste do nosso país é exatamente essa falsa realidade.

Essa coisa caricata esconde os cheira-colas, a sujeira da cidade, e faz tudo um universo romântico brega.

A Bahia tem grandes pensadores, grandes poetas, grandes mentes, mas parece que é melhor colocar nosso povo no seu devido lugar, como palhaços da nação, onde axé e bundas são a maior virtude. E isso é uma grande mentira.

abraços!
(Tá, bunda bonita é uma virtude sim :)

Anônimo disse...

Se vocês soubessem o sentido do seriado vcs não estariam o criticando.
O sentido de ópaí ó é todo voltado a comedia e não a um enrredo.
vamos combinar que Mateus fez uma interpretação totalmente forçada e isso pode ter manchado a reputação do seriado mas, não critiquem as Piadas do seriado, a atuação de Wagner Moura no filme nem lazaro Ramos no seriado e no filme. entre outros atores, pois foram no minimo rasuaveis.
e nem critiquem os baianos, eles tem grandes poetas e pensadores, mesmo assim tem gente que abre a boca pra falar com um tom critico desconstrutivo, que a maior virtude do Baiano axé e bundas.
Axé esta totalmente ligado à cultura , isto mostra que os baianos são conservadores culturalmente falando.
e as bundas foram um meio que os baianos acharam para exclamar a sua musica, pois sempre foram descriminados e menosprezados pelo resto do Brasil.
então falar que a maior virtude dos baianos são bundas, isso deve ser no minimo inveja.