Viram o novo Ferry Boat da Bahia? Pois é. Chama-se Ivete Sangalo e, mal começou a funcionar, já está dando problema. Não opera corretamente. Pois é. Já sabem...
1 - O Ferry seguiu a onda da própria cantora: “quer andar de carro velho, amor, que venha...”.
2 - Calma, calma... Agora só depois do carnaval.
3 - A embarcação está apenas fazendo jus ao QI do baiano, que só consegue tocar berimbau porque tem apenas uma corda.
4 - É tudo fruto da sabotagem de Cláudia Leite, invejosa do sucesso de Ivete.
5 - Culpa do piloto, que anda devagar achando que o barco da Guarda Costeira é o mesmo da SET que fiscaliza a lei seca.
6 - Se baiano é preguiçoso, imagina o Ferry!
7 - Se tivesse lançado primeiro o Ferry com o nome “Banda Eva” e depois Ivete Sangalo... Mas direto na carreira solo não dá certo.
8 - Se fosse um timbau, os motores estariam funcionando perfeitamente.
9 - Para abençoar, faltou uma lavagem, um culto, um carnaval fora de época...
10 - Com a palavra, Gilberto Gil: "A hermenéutica do funcionamento contínuo da engenharia moderna revela que, num contexto mais profundo, os movimentos uniformemente variados atuam num sentido contrário à não problematização das forças centrípetas e centrífugas". Cala a boca, Gil!
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Dentro da noite
- Vamo embora, Du.
- Agora não.
- Mas você odeia Djavan, ainda mais essa música sobre Leonardo di Caprio e Caetano Veloso... E ela nem canta tão bem assim.
- Não. Vamo ficar.
- Não acredito, Du. Isso é a sua cara. Toma ai 10 reais pelos chopps... Até mais!
E era mesmo tudo verdade. Eduardo odiava Djavan e sempre tomava atitudes intempestivas nos locais mais inusitados. Dessa vez foi no bar Carlos 7, lugar muito mal freqüentado na esquina da Carlos Gomes com a Av. Sete. E levar Carol lá foi a melhor maneira de dar um fora na garota. Aliás, nem precisou falar diretamente na cara, outra coisa que ele também adorava fazer. Quem resolveu tudo dessa vez foi Djavan, ou a cantora loira cantando Djavan.
Eduardo estava era de olho nela. Loira, olhos negros e coxas grossas. A bunda ele não tinha conseguido ver ainda; ela estava o tempo todo sentada. E olhava com olhar de sexo para todas as pessoas do bar. Tentava com essa olhar transmitir emoção das músicas, mas só conseguia receber bebidas pagas pelos clientes do bar. Talvez fosse isso mesmo que ela queria.
Ao final do show, sentou-se de frente para o dono do Carlos 7 e passou a conversar. Eduardo percebeu uma mudança repentina, como se aquela cantora tivesse ficado nas melodias e desaparecido juntamente com o último acorde da última música. De rosto fechado, ela destilava palavras entre um gole e outro de conhaque. Eduardo pensou em levantar e ir até ela, mas faltou-lhe coragem. Talvez mais alguns goles daquele uísque nacional barato e, pelo excesso de gelo, sem gosto. Pediu outra dose e fixou o olhar nela. “Não é possível”, pensou. “Aqueles olhos negros diretamente em mim não podem ter sumido”. Tinha razão. A cantora esticou o braço para que alguém lhe acendesse o cigarro e viu Eduardo do outro lado do bar.
Foi um cruzar de olhos constrangedor para o rapaz, que logo desviou sua visão. Nervoso, fingiu olhar alguma coisa no celular, mas só conseguiu ver realmente duas chamadas não atendidas de Carol. “Vagabunda. Me dispensa e agora fica toda querendo dar a xoxota. Morra”. Ignorou. Foi tudo que ele precisava para criar um pouco de coragem e tentar falar com a cantora loira. A essa altura ela já estava de saída, de bolsa na mão e dinheiro para o ônibus separado. Foi a deixa para ele oferecer carona, seja lá onde ela more. Uma saidera em algum outro bar foi a única coisa que ele pensou na hora. E nem perguntou o nome dela.
O caminho até o Murada no Rio Vermelho foi rápido, porém poucas palavras foram ditas. Ela passou quase o tempo todo no celular falando com um homem. Eduardo só conseguiu se concentrar nas ruas por mera questão de necessidade: seus olhos estavam realmente fitados nas coxas dela. E como eram grandes e definidas. Com aquele vestido vermelho, então... Realçava mais ainda.
Enfim sentados. Eduardo foi rápido e pediu uísque sem gelo, e dessa vez Red Label. A cantora ficou na água.
- Às vezes eu gosto de vir aqui sozinho.
- E porque me trouxe dessa vez? – acendeu o cigarro
- Pra ver se tem a mesma graça acompanhado.
- E qual a graça do bar?
- Não sei... Olho as pessoas e tomo meu uísque. Nada demais. E sozinho é melhor pra fazer isso. Não acha?
- Pode ser. E hoje você não tá afim de “olhar as pessoas”?
- Não exatamente. À 1h30 da madrugada de uma terça-feira não aparece muita gente pra ser observada.
- Quer dizer então que eu sou o estepe da sua noite?
- Gostei de você
- É? Desde que horas? Vi quando sua queridinha saiu enfurecida. Eu tava...
- Tocando Djavan. Eu odeio Djavan.
- Eu também.
Riram juntos e continuaram a conversar sobre música. Ela sabia pouco, é verdade, e nem conhecia Lupicínio Rodrigues ou Ataulfo Alves, dois grandes ídolos para Eduardo. Mas até que ela cantava bem, tinha voz, tinha postura e sabia cativar os clientes. Ela disse ser essa sua grande característica. Ele não respondeu nada, mas ficou na dúvida se cantora de boteco tem lá alguma “característica”.
- Poxa... 3h40! Tá ficando tarde, não acha?
- Eu te trouxe aqui, eu te deixo em casa. Mora onde?
- Precisa não. Vou de táxi. Tô acostumada. E não fica mal pra você chegar em casa a essa hora?
- Ninguém me espera. Sou livre, assim como você. Quer dizer... Eu acho.
- Está na hora, Du. Toma esse cartão. Me liga quando tiver afim de me mostrar alguns discos ou ver um filme de Glauber Rocha.
Essa última frase mexeu com o rapaz: “onde já se viu cantora de boteco sujo da Carlos Gomes se interessar por Glauber Rocha”. Viu a moça se afastar e pôde, enfim, observar a bunda da cantora. Era lisa e bem torneada, mas não muito grande. O último gole do uísque desceu da melhor maneira possível. Levantou e pendurou a conta, como sempre fazia. Antes de entrar no carro, resolveu dar uma olhada no cartão: “Luana Star, cantora da noite. Contatos...”. Riu. Olhou atrás e não se surpreendeu ao ver a marca de um batom vermelho escuro exalando um forte cheiro. Melhor assim.
- Agora não.
- Mas você odeia Djavan, ainda mais essa música sobre Leonardo di Caprio e Caetano Veloso... E ela nem canta tão bem assim.
- Não. Vamo ficar.
- Não acredito, Du. Isso é a sua cara. Toma ai 10 reais pelos chopps... Até mais!
E era mesmo tudo verdade. Eduardo odiava Djavan e sempre tomava atitudes intempestivas nos locais mais inusitados. Dessa vez foi no bar Carlos 7, lugar muito mal freqüentado na esquina da Carlos Gomes com a Av. Sete. E levar Carol lá foi a melhor maneira de dar um fora na garota. Aliás, nem precisou falar diretamente na cara, outra coisa que ele também adorava fazer. Quem resolveu tudo dessa vez foi Djavan, ou a cantora loira cantando Djavan.
Eduardo estava era de olho nela. Loira, olhos negros e coxas grossas. A bunda ele não tinha conseguido ver ainda; ela estava o tempo todo sentada. E olhava com olhar de sexo para todas as pessoas do bar. Tentava com essa olhar transmitir emoção das músicas, mas só conseguia receber bebidas pagas pelos clientes do bar. Talvez fosse isso mesmo que ela queria.
Ao final do show, sentou-se de frente para o dono do Carlos 7 e passou a conversar. Eduardo percebeu uma mudança repentina, como se aquela cantora tivesse ficado nas melodias e desaparecido juntamente com o último acorde da última música. De rosto fechado, ela destilava palavras entre um gole e outro de conhaque. Eduardo pensou em levantar e ir até ela, mas faltou-lhe coragem. Talvez mais alguns goles daquele uísque nacional barato e, pelo excesso de gelo, sem gosto. Pediu outra dose e fixou o olhar nela. “Não é possível”, pensou. “Aqueles olhos negros diretamente em mim não podem ter sumido”. Tinha razão. A cantora esticou o braço para que alguém lhe acendesse o cigarro e viu Eduardo do outro lado do bar.
Foi um cruzar de olhos constrangedor para o rapaz, que logo desviou sua visão. Nervoso, fingiu olhar alguma coisa no celular, mas só conseguiu ver realmente duas chamadas não atendidas de Carol. “Vagabunda. Me dispensa e agora fica toda querendo dar a xoxota. Morra”. Ignorou. Foi tudo que ele precisava para criar um pouco de coragem e tentar falar com a cantora loira. A essa altura ela já estava de saída, de bolsa na mão e dinheiro para o ônibus separado. Foi a deixa para ele oferecer carona, seja lá onde ela more. Uma saidera em algum outro bar foi a única coisa que ele pensou na hora. E nem perguntou o nome dela.
O caminho até o Murada no Rio Vermelho foi rápido, porém poucas palavras foram ditas. Ela passou quase o tempo todo no celular falando com um homem. Eduardo só conseguiu se concentrar nas ruas por mera questão de necessidade: seus olhos estavam realmente fitados nas coxas dela. E como eram grandes e definidas. Com aquele vestido vermelho, então... Realçava mais ainda.
Enfim sentados. Eduardo foi rápido e pediu uísque sem gelo, e dessa vez Red Label. A cantora ficou na água.
- Às vezes eu gosto de vir aqui sozinho.
- E porque me trouxe dessa vez? – acendeu o cigarro
- Pra ver se tem a mesma graça acompanhado.
- E qual a graça do bar?
- Não sei... Olho as pessoas e tomo meu uísque. Nada demais. E sozinho é melhor pra fazer isso. Não acha?
- Pode ser. E hoje você não tá afim de “olhar as pessoas”?
- Não exatamente. À 1h30 da madrugada de uma terça-feira não aparece muita gente pra ser observada.
- Quer dizer então que eu sou o estepe da sua noite?
- Gostei de você
- É? Desde que horas? Vi quando sua queridinha saiu enfurecida. Eu tava...
- Tocando Djavan. Eu odeio Djavan.
- Eu também.
Riram juntos e continuaram a conversar sobre música. Ela sabia pouco, é verdade, e nem conhecia Lupicínio Rodrigues ou Ataulfo Alves, dois grandes ídolos para Eduardo. Mas até que ela cantava bem, tinha voz, tinha postura e sabia cativar os clientes. Ela disse ser essa sua grande característica. Ele não respondeu nada, mas ficou na dúvida se cantora de boteco tem lá alguma “característica”.
- Poxa... 3h40! Tá ficando tarde, não acha?
- Eu te trouxe aqui, eu te deixo em casa. Mora onde?
- Precisa não. Vou de táxi. Tô acostumada. E não fica mal pra você chegar em casa a essa hora?
- Ninguém me espera. Sou livre, assim como você. Quer dizer... Eu acho.
- Está na hora, Du. Toma esse cartão. Me liga quando tiver afim de me mostrar alguns discos ou ver um filme de Glauber Rocha.
Essa última frase mexeu com o rapaz: “onde já se viu cantora de boteco sujo da Carlos Gomes se interessar por Glauber Rocha”. Viu a moça se afastar e pôde, enfim, observar a bunda da cantora. Era lisa e bem torneada, mas não muito grande. O último gole do uísque desceu da melhor maneira possível. Levantou e pendurou a conta, como sempre fazia. Antes de entrar no carro, resolveu dar uma olhada no cartão: “Luana Star, cantora da noite. Contatos...”. Riu. Olhou atrás e não se surpreendeu ao ver a marca de um batom vermelho escuro exalando um forte cheiro. Melhor assim.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Incautos vereadores
Com o horário político, as eleições começaram de vez; para o bem e para o mal de todos nós. Mas nem tudo é de todo ruim. Veja bem, numa ordem inversa às medalhas brasileiras em Pequim, nossa eleição 2008 é pródiga. É “ouro, meu rei”. As figuras pululam pelas ruas da cidade e não é difícil topar com um incauto (a) tentando virar vereador (a).
Vamos aos fatos: vereador é um cargo de extrema importância para o desenvolvimento de uma cidade, ainda mais uma cidade grande, uma metrópole. É como se fossem da equipe administrativa do prefeito, esse sim, o grande CEO do município. Ele deve ser mais do que qualificado; deve estar no topo da cadeia “empreguística”, com tudo que isso possa trazer de bom ou ruim. Isto é, o cara deve botar pra lenhar, pra ser mais exato (e baiano também).
Voltando aos vereadores... Essa categoria, portanto, não é menos importante que o prefeito. Mas vejam vocês, essa nossa democracia moderna gera muitas anomalias. Eu não consigo um emprego decente se não me formar e fizer algum curso extra, tem que ter experiência, falar inglês, saber um monte de computador... Mas vereador não. Democraticamente falando, é perfeito. Na prática, é inconsistente. Mas esse é outro papo.
O importante, depois desse blá blá blá, é dar risada. Então...
Leo Kret (não revela o nome original, mas ainda vou descobrir...), dançarina de pagode e transexual. Leia essa entrevista, se você ainda não acredita na bizarrice do personagem.
Robespierre - o político francês não morreu e está em Salvador
Rei Momo Gordo – estranho pleonasmo, mas em Salvador existe até Rei Momo magro.
Vamos aos fatos: vereador é um cargo de extrema importância para o desenvolvimento de uma cidade, ainda mais uma cidade grande, uma metrópole. É como se fossem da equipe administrativa do prefeito, esse sim, o grande CEO do município. Ele deve ser mais do que qualificado; deve estar no topo da cadeia “empreguística”, com tudo que isso possa trazer de bom ou ruim. Isto é, o cara deve botar pra lenhar, pra ser mais exato (e baiano também).
Voltando aos vereadores... Essa categoria, portanto, não é menos importante que o prefeito. Mas vejam vocês, essa nossa democracia moderna gera muitas anomalias. Eu não consigo um emprego decente se não me formar e fizer algum curso extra, tem que ter experiência, falar inglês, saber um monte de computador... Mas vereador não. Democraticamente falando, é perfeito. Na prática, é inconsistente. Mas esse é outro papo.
O importante, depois desse blá blá blá, é dar risada. Então...
Leo Kret (não revela o nome original, mas ainda vou descobrir...), dançarina de pagode e transexual. Leia essa entrevista, se você ainda não acredita na bizarrice do personagem.
Robespierre - o político francês não morreu e está em Salvador
Rei Momo Gordo – estranho pleonasmo, mas em Salvador existe até Rei Momo magro.
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quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Diálogos do Cotidiano - 10 meses
- Meu Deus!! Que bolsa linda!
- Pronto. Fudeu.
- Mas que coisa mais fofa essa bolsa... Tá vendo, Fernandinho!? É desse tipo que eu gosto.
- Beleza. É uma bolsa bonita. Só isso. Vamos.
- Só isso? Você tá de brincadeira. Essa bolsa aqui, com esse preço... Só no camelô. E essa é original! Maravilhosa!!
- Vai comprar ou não?
- Peraê...
- Se tá barato então leva.
- Barato não tá, somente...
- Você disse que tava barata
- Não, não... Esse preço que é um estouro, mesmo assim é pouco pela magnitude da bolsa.
- Limpa o canto da boca. Babou a porra toda
- Babo mesmo. Alguma coisa contra?
- Nada não. Só acho que você não precisa criar esse laço afetivo com uma porra de uma bolsa preta. Agora fica ai babando e vai ter que comprar, senão não consegue dormir.
- Mas ela pede...
- Ela pede pra você dar nela 300 conto? Pelo amor de Deus!
- Olha quem fala! Mês passado você deu 150 conto naquela camisa feia do Chelsea.
- Feia não. É bonita, eu gosto, paguei e pronto. Não fico ai namorando com a porra da bolsa e me olhando no espelho me achando a Paris Hilton. Já disse. Você agora não vai sossegar enquanto não comprar a maldita
- Pensando bem... 300 reais divididos em 10 vezes dá 30 por mês... Hm...
- Ainda vai fazer dívida.
- É sem juros.
- É? E essa bolsa que você tá usando? Comprou quando?
- Tem 2 meses, porque?
- Aposto que pagou em 10 vezes também.
- É, paguei mesmo. E a calça também, o relógio...
- Faz assim. Daqui a 10 meses a gente volta aqui e se você ainda estiver afim da bolsa eu pago.
- Mesmo?
- Tô lhe dizendo. Agora vamo ali que eu tô afim de comprar aquela camisa nova do Barcelona.
- Pronto. Fudeu.
- Mas que coisa mais fofa essa bolsa... Tá vendo, Fernandinho!? É desse tipo que eu gosto.
- Beleza. É uma bolsa bonita. Só isso. Vamos.
- Só isso? Você tá de brincadeira. Essa bolsa aqui, com esse preço... Só no camelô. E essa é original! Maravilhosa!!
- Vai comprar ou não?
- Peraê...
- Se tá barato então leva.
- Barato não tá, somente...
- Você disse que tava barata
- Não, não... Esse preço que é um estouro, mesmo assim é pouco pela magnitude da bolsa.
- Limpa o canto da boca. Babou a porra toda
- Babo mesmo. Alguma coisa contra?
- Nada não. Só acho que você não precisa criar esse laço afetivo com uma porra de uma bolsa preta. Agora fica ai babando e vai ter que comprar, senão não consegue dormir.
- Mas ela pede...
- Ela pede pra você dar nela 300 conto? Pelo amor de Deus!
- Olha quem fala! Mês passado você deu 150 conto naquela camisa feia do Chelsea.
- Feia não. É bonita, eu gosto, paguei e pronto. Não fico ai namorando com a porra da bolsa e me olhando no espelho me achando a Paris Hilton. Já disse. Você agora não vai sossegar enquanto não comprar a maldita
- Pensando bem... 300 reais divididos em 10 vezes dá 30 por mês... Hm...
- Ainda vai fazer dívida.
- É sem juros.
- É? E essa bolsa que você tá usando? Comprou quando?
- Tem 2 meses, porque?
- Aposto que pagou em 10 vezes também.
- É, paguei mesmo. E a calça também, o relógio...
- Faz assim. Daqui a 10 meses a gente volta aqui e se você ainda estiver afim da bolsa eu pago.
- Mesmo?
- Tô lhe dizendo. Agora vamo ali que eu tô afim de comprar aquela camisa nova do Barcelona.
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segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Morre um pedaço da Bahia: Dorival Caymmi
Uma pena para a Bahia, uma pena para o Brasil. Dorival Caymmi é uma figura importantíssima para a Bahia e seu povo, mesmo que este não tem noção da sua contribuição cultural. Já brinquei várias vezes com a figura de Dori aqui no blog – do fato dele cantar a preguiça do povo baiano e sobre as pessoas que só lembram das mesmas músicas dele -, mas nunca podemos deixar de notar sua validade cultural.
Sem Jorge e agora sem Dori, a cultura baiana sucumbe aos novos tempos. Quer dizer, culturalmente falando, estamos ainda bastante enraizados no passado. A turma tropicalista fez muito bem sua parte, dando continuidade numa crescente artística importante para o Estado a partir do século passado, que teve uma seqüência forte com Jorge Amado, Dorival Caymmi, João Gilberto, a turma tropicalista, Glauber Rocha e Raul Seixas. Criou uma tradição cultural e social forte que, a partir dos anos 80, não foi seguida.
Estamos carentes, isso é fato.
Sem Jorge e agora sem Dori, a cultura baiana sucumbe aos novos tempos. Quer dizer, culturalmente falando, estamos ainda bastante enraizados no passado. A turma tropicalista fez muito bem sua parte, dando continuidade numa crescente artística importante para o Estado a partir do século passado, que teve uma seqüência forte com Jorge Amado, Dorival Caymmi, João Gilberto, a turma tropicalista, Glauber Rocha e Raul Seixas. Criou uma tradição cultural e social forte que, a partir dos anos 80, não foi seguida.
Estamos carentes, isso é fato.
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quarta-feira, 13 de agosto de 2008
A maçã e a vingança
Tudo começou quando Rosa ainda era Rosa, e não Dona Rosa, como a maioria das pessoas a chama. Ela tinha uma pequena mercearia na Cidade Baixa, ali perto da Calçada, um lugar que de tão pequeno ganhou o nome de “Mercearinha”, mais tarde ficando Inha. “Vou ali em Inha”, era o que o povo dizia quando precisava comprar leite ou manteiga na mercearia de Rosa. Foi naquela época que ela começou a desenvolver essa mania.
Rosa tinha o estranho hábito de conhecer as pessoas pelo que elas compravam. No seu estabelecimento era mais complicado, pois tudo que lá vendia era de necessidade básica, portanto, de acesso a todos. Mesmo assim ela adorava observar. Sabia que Seu João só levava manteiga dia de quinta-feira, que Tuísca comprava leite dia sim dia não, que Dona Marilda não comprava nada e só ia lá para bater papo.
Rosa casou, mas sua mania continuou. Desistiu de ganhar a vida com mercearia e acabou virando dona-de-casa. Seu marido, Arnaldo, trabalhava em um banco na Graça e eles moravam em Brotas. Ela adorava dizer que morava em Brotas porque ninguém sabia ao certo em qual “Brotas” ela morava: se na parte pobre ou na parte rica. Melhor assim. Lá era o bairro ideal para Rosa, que fazia compras cada dia num supermercado diferente. Dos menores aos mais sofisticados da vizinhança.
A dona-de-casa passeava todos os dias com sua bolsinha e ia direto ao mercado. Comprava de pouco em pouco para ter a obrigação de ir todos os dias a algum mercadinho. Passava horas observando quem comprava o quê, em qual quantidade e em qual companhia. Sabia de longe se a pessoa era solteira; os solitários compram mais comida pronta e bobagens, como chocolates e salgadinhos. Se a pessoa era casada era fácil: sempre tinha no carrinho algum produto do sexo oposto, como barbeadores ou absorventes. Quem tinha filhos acabava sempre comprando alguma coisa para eles, ou então optava por produtos com marcas de temas infantis, como maçãs da Turma da Mônica ou algum congelado da Disney.
Gostava mesmo era da seção das frutas. Homens não compram maçãs nem pêras, pensava Rosa. Mulheres cheiram tudo, amassam limões e laranjas à procura da fruta perfeita. Homens jogam tudo de qualquer jeito. A cerveja sim, eles escolhem com gosto. O primeiro sinal se o rapaz é pobre, ensina Rosa, é saber se ele escolhe a bebida pelo preço ou pela própria vontade. Tem gente que compra uma cerveja diferente a cada semana. Rosa observava Durval, um figurão da região, que sempre comprava cerveja de uma marca específica, de um nome estrangeiro enrolado que ela não conseguia ler. E levava também salame, mussarela e muita carne de corte especial. Esse era rico e bonitão, pensava Rosa. Corria para ver o carro dele na saída e se vangloriava ao perceber ser um importado.
Rica ela não era e ficou pior quando Arnaldo perdeu o emprego. Depois de meses sem arranjar nada, a única solução foi ela própria procurar trabalho. Nem precisou pensar muito quando viu um anúncio de uma rede de supermercados de Brotas. Virou rapidamente gerente de seção, aquelas mulheres que ficam com rádio organizando as seções de alimentos e mandando nos pobre coitados que empilham tudo direitinho. Mas ela era uma chefe boa.
Como Arnaldo ainda não tinha arranjado emprego, a situação financeira da família estava cada vez mais complicada. E o desespero só não se abateu por completo porque Rosa é uma mulher sagaz. Propôs um negócio a seu marido que, de tão absurdo, poderia até dar certo. Como ela conhecia todas as pessoas do mercado, mas sem elas a conhecerem, Rosa sabia exatamente como pegá-las de surpresa ou, mais grosseiramente, como roubá-las.
Arnaldo negou no começo, mas viu que não tinha outra solução. O negócio estava armado: Rosa acompanhava a vítima dentro do mercado, vendo pela compra qual a procedência da pessoa, sorrateiramente via qual era o carro e falava por telefone a Arnaldo. A partir daí o marido tinha apenas que seguir e arranjar um jeito de roubar.
Inicialmente o casal escolhia as vítimas de duas maneiras: mulheres sozinhas ou mulheres acompanhadas de criança. Mas só se elas comprassem coisas caras, e ai é que Rosa identificava. No estacionamento subterrâneo elas se distraiam facilmente e na maioria das vezes Arnaldo se oferecia para ajudar a pôr no carro. Nesse vai e vem do carrinho para o porta-malas, vários sacos eram desviados e pronto: o casal já tinha o que comer por uma semana e a pobre mulher só ia descobrir quando chegasse em casa.
Como já estava ficando fácil demais, Arnaldo pegou o gosto da coisa e incrementou a tramóia. Depois de ter certeza (através de informações de Rosa) de que uma determinada pessoa estava a pé e morava sozinha, Arnaldo seguia a vítima e em certo momento esbarrava “sem querer” nela. Como todos os sacos iam pelo chão, ele humildemente pedia desculpas e se oferecia, sem aceitar um “não” como resposta, a levar as compras até o destino final.
Chegando à casa, o golpe fatal era fácil. Como na maioria das vezes era uma Senhora (e ele provavelmente vai pagar seus pecados no inferno por isso), ele a enrolava e acabava ficando para tomar um café ou se oferecia para fazer um curativo decorrente do esbarrão; às vezes as pobrezinhas iam ao chão. E aí, com todo cuidado, ele roubava de tudo: faqueiros de prata, cristais, liquidificadores e muito dinheiro. Percebeu que todos tinham um esconderijo que aparentemente era infalível, mas quase sempre era fácil de descobrir. A dupla já tinha seus métodos friamente calculados e seus golpes eram de execução perfeita. Sem falhas.
Essa semana um rapaz esbarrou em mim na rua. Eu cheguei a cair e minhas compras foram ao chão. Minha cerveja estourou. Mas o rapaz era solícito e foi até meu apartamento me ajudar. Foi lá que eu prendi esse filho da puta, o Arnaldo. Foi de lá que ele ligou urgente para Rosa, uma vadia sem escrúpulos que veio correndo. Os dois estão na minha sala no momento imóveis, presos por cordas e amordaçados. Antes, contaram a mim essa história patética. Antes de matar os dois vou comer uma maçã da Turma da Mônica.
Rosa tinha o estranho hábito de conhecer as pessoas pelo que elas compravam. No seu estabelecimento era mais complicado, pois tudo que lá vendia era de necessidade básica, portanto, de acesso a todos. Mesmo assim ela adorava observar. Sabia que Seu João só levava manteiga dia de quinta-feira, que Tuísca comprava leite dia sim dia não, que Dona Marilda não comprava nada e só ia lá para bater papo.
Rosa casou, mas sua mania continuou. Desistiu de ganhar a vida com mercearia e acabou virando dona-de-casa. Seu marido, Arnaldo, trabalhava em um banco na Graça e eles moravam em Brotas. Ela adorava dizer que morava em Brotas porque ninguém sabia ao certo em qual “Brotas” ela morava: se na parte pobre ou na parte rica. Melhor assim. Lá era o bairro ideal para Rosa, que fazia compras cada dia num supermercado diferente. Dos menores aos mais sofisticados da vizinhança.
A dona-de-casa passeava todos os dias com sua bolsinha e ia direto ao mercado. Comprava de pouco em pouco para ter a obrigação de ir todos os dias a algum mercadinho. Passava horas observando quem comprava o quê, em qual quantidade e em qual companhia. Sabia de longe se a pessoa era solteira; os solitários compram mais comida pronta e bobagens, como chocolates e salgadinhos. Se a pessoa era casada era fácil: sempre tinha no carrinho algum produto do sexo oposto, como barbeadores ou absorventes. Quem tinha filhos acabava sempre comprando alguma coisa para eles, ou então optava por produtos com marcas de temas infantis, como maçãs da Turma da Mônica ou algum congelado da Disney.
Gostava mesmo era da seção das frutas. Homens não compram maçãs nem pêras, pensava Rosa. Mulheres cheiram tudo, amassam limões e laranjas à procura da fruta perfeita. Homens jogam tudo de qualquer jeito. A cerveja sim, eles escolhem com gosto. O primeiro sinal se o rapaz é pobre, ensina Rosa, é saber se ele escolhe a bebida pelo preço ou pela própria vontade. Tem gente que compra uma cerveja diferente a cada semana. Rosa observava Durval, um figurão da região, que sempre comprava cerveja de uma marca específica, de um nome estrangeiro enrolado que ela não conseguia ler. E levava também salame, mussarela e muita carne de corte especial. Esse era rico e bonitão, pensava Rosa. Corria para ver o carro dele na saída e se vangloriava ao perceber ser um importado.
Rica ela não era e ficou pior quando Arnaldo perdeu o emprego. Depois de meses sem arranjar nada, a única solução foi ela própria procurar trabalho. Nem precisou pensar muito quando viu um anúncio de uma rede de supermercados de Brotas. Virou rapidamente gerente de seção, aquelas mulheres que ficam com rádio organizando as seções de alimentos e mandando nos pobre coitados que empilham tudo direitinho. Mas ela era uma chefe boa.
Como Arnaldo ainda não tinha arranjado emprego, a situação financeira da família estava cada vez mais complicada. E o desespero só não se abateu por completo porque Rosa é uma mulher sagaz. Propôs um negócio a seu marido que, de tão absurdo, poderia até dar certo. Como ela conhecia todas as pessoas do mercado, mas sem elas a conhecerem, Rosa sabia exatamente como pegá-las de surpresa ou, mais grosseiramente, como roubá-las.
Arnaldo negou no começo, mas viu que não tinha outra solução. O negócio estava armado: Rosa acompanhava a vítima dentro do mercado, vendo pela compra qual a procedência da pessoa, sorrateiramente via qual era o carro e falava por telefone a Arnaldo. A partir daí o marido tinha apenas que seguir e arranjar um jeito de roubar.
Inicialmente o casal escolhia as vítimas de duas maneiras: mulheres sozinhas ou mulheres acompanhadas de criança. Mas só se elas comprassem coisas caras, e ai é que Rosa identificava. No estacionamento subterrâneo elas se distraiam facilmente e na maioria das vezes Arnaldo se oferecia para ajudar a pôr no carro. Nesse vai e vem do carrinho para o porta-malas, vários sacos eram desviados e pronto: o casal já tinha o que comer por uma semana e a pobre mulher só ia descobrir quando chegasse em casa.
Como já estava ficando fácil demais, Arnaldo pegou o gosto da coisa e incrementou a tramóia. Depois de ter certeza (através de informações de Rosa) de que uma determinada pessoa estava a pé e morava sozinha, Arnaldo seguia a vítima e em certo momento esbarrava “sem querer” nela. Como todos os sacos iam pelo chão, ele humildemente pedia desculpas e se oferecia, sem aceitar um “não” como resposta, a levar as compras até o destino final.
Chegando à casa, o golpe fatal era fácil. Como na maioria das vezes era uma Senhora (e ele provavelmente vai pagar seus pecados no inferno por isso), ele a enrolava e acabava ficando para tomar um café ou se oferecia para fazer um curativo decorrente do esbarrão; às vezes as pobrezinhas iam ao chão. E aí, com todo cuidado, ele roubava de tudo: faqueiros de prata, cristais, liquidificadores e muito dinheiro. Percebeu que todos tinham um esconderijo que aparentemente era infalível, mas quase sempre era fácil de descobrir. A dupla já tinha seus métodos friamente calculados e seus golpes eram de execução perfeita. Sem falhas.
Essa semana um rapaz esbarrou em mim na rua. Eu cheguei a cair e minhas compras foram ao chão. Minha cerveja estourou. Mas o rapaz era solícito e foi até meu apartamento me ajudar. Foi lá que eu prendi esse filho da puta, o Arnaldo. Foi de lá que ele ligou urgente para Rosa, uma vadia sem escrúpulos que veio correndo. Os dois estão na minha sala no momento imóveis, presos por cordas e amordaçados. Antes, contaram a mim essa história patética. Antes de matar os dois vou comer uma maçã da Turma da Mônica.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Top 10
Top 10 baianas mais gostosas de todos os tempos
1 – Grabriela, cravo e canela
Não, não pensem em Sônia Braga como a personagem. Gabriela é transcendental. Antes de ser realmente gostosa, ela desperta os desejos mais insanos em todos os homens. Nunca vi uma descrição de uma mulher como Jorge Amado faz dela. Afinal, “todos querem Gabriela, perfume de cravo e cor de canela”.
2 – Marta Rocha
Naquele tempo, ser miss era coisa séria. Para conseguir o posto de Miss Brasil, então, tinha que ser bela naturalmente, longe das plásticas de hoje. E Marta Rocha era deslumbrante. Ganhou o prêmio de Miss Brasil em 1954 e até hoje é lembrada.
3 – Ivete Sangalo
Difícil posicionar a morena nesse top 10, mas sempre esteve presente na lista. É estonteante, daquele tipo de mulher que (aposto) dá medo de levar pra cama. Mas deve ser bastante recompensador.
4 – Rosana Jatobá
A jornalista da Globo é baiana, o que poucos sabem. Ninguém sabe também que ela já foi Procuradora do Estado, antes de embarcar no mundo do jornalismo. É gostosa. É o tipo de mulher intelectual e comportada, mas que na cama deve subir pelas paredes.
5 – Emanuele Araújo
Quem a via cantando na Banda Eva não sabia o potencial da garota. E olhe que já tem filha e não perde o corpão. Em “Ó Pai Ó” fez a alegria dos homens, com muita sensualidade e languidez.
6 – Claudia Leite
Ela já foi gordinha e morena, mas hoje é uma louraça de tirar o fôlego de qualquer homem. Se diz evangélica e puritana, mas entre quatro paredes deve ser um furacão, porque gostosa todos nós já sabemos que ela é.
7 – Aline Rosa
Outra musa do axé. Inicialmente, ninguém dava nada por ela, mas só foi passar um período em algum spa e sair com homens famosos (Marcos Paulo, um guitarrista do Detonautas e agora Antonio Pizonia) para que todos olhassem para o nível de gostosura da loira.
8 – Adriana Lima
É gostosa no nível modelo de ser, o que também vale bastante. É linda e inconfundivelmente lasciva. Se duvidar, pergunta pra Lenny Kravitz o que foi que ele viu na baianinha...
9 – Priscila Fantin
Atriz da globo, poucos sabem que é baiana. Começou a carreira em Malhação, e desde lá já desperta o fetiche dos homens. Há alguns anos ela emagreceu e tomou (realmente) um corpo de mulherão.
10 – Pitty
Podem falar o que for, mas Pitty é gostosa. Vale também pra quem curte uma mulher mais alternativa, de piercing na língua e tatuagens espalhadas pelo corpo. Eu vô.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Cinema baiano nas alturas
Ano que vem promete ser bom para o cinema baiano. Serão lançados em 2009 duas grandes produções – pelo menos no papel. E produzidas quase integralmente em terras de ninguém.
Curioso também que os dois filmes são baseados na obra de Jorge Amado. O primeiro é “Capitães da Areia”, uma história que, confesso, deve ser difícil transpor para as telonas. Fiquei nessa dúvida e resolvi reler o livro mês passado e, mais uma vez, constatei que vai ser complicado para Cecília Amado (sim, neta do homi) colocar a história de Pedro Bala, Professor, Dora & cia. para o cinema. Não existe muita linearidade na narrativa e os casos vão acontecendo ao longo dos capítulos. Estruturalmente, o livro é um apanhado, enquanto que no cinema essa questão terá de ser bem trabalhada para não virar um amontoado de histórias sem um fio condutor. Veremos. O filme, aliás, nem começou a ser rodado, mas está tudo pronto. Quero ver como será tratada a questão do comunismo, luta de classes e liberdade, temas bastantes presentes no livro do mestre.
A outra produção ainda está em fase de pré-produção e é baseada no livro “Morte e a morte de Quincas Berro D´Água”, muito bem falado pela crítica. Confesso que não li, mas tenho uma enorme vontade. Eu até confio mais no resultado desse ai, afinal, será dirigido por Sérgio Machado, o mesmo responsável pelo excelente “Cidade Baixa” (aliás, esse filme merece um comentário mais aprumado aqui no blog. Cobrem) e produzido por Walter Salles. Outro ponto forte é o elenco: Wagner Moura, Lázaro Ramos, João Miguel e Stênio Garcia. O negócio é sério.
Fora essas duas produções mais famosas, outras coisas também estão sendo feitas no cinema baiano. O cenário agora parece estar forte: saiu no A Tarde de domingo (pena não poder reproduzir o texto completo aqui; o conteúdo do site é exclusivo).
Curioso também que os dois filmes são baseados na obra de Jorge Amado. O primeiro é “Capitães da Areia”, uma história que, confesso, deve ser difícil transpor para as telonas. Fiquei nessa dúvida e resolvi reler o livro mês passado e, mais uma vez, constatei que vai ser complicado para Cecília Amado (sim, neta do homi) colocar a história de Pedro Bala, Professor, Dora & cia. para o cinema. Não existe muita linearidade na narrativa e os casos vão acontecendo ao longo dos capítulos. Estruturalmente, o livro é um apanhado, enquanto que no cinema essa questão terá de ser bem trabalhada para não virar um amontoado de histórias sem um fio condutor. Veremos. O filme, aliás, nem começou a ser rodado, mas está tudo pronto. Quero ver como será tratada a questão do comunismo, luta de classes e liberdade, temas bastantes presentes no livro do mestre.
A outra produção ainda está em fase de pré-produção e é baseada no livro “Morte e a morte de Quincas Berro D´Água”, muito bem falado pela crítica. Confesso que não li, mas tenho uma enorme vontade. Eu até confio mais no resultado desse ai, afinal, será dirigido por Sérgio Machado, o mesmo responsável pelo excelente “Cidade Baixa” (aliás, esse filme merece um comentário mais aprumado aqui no blog. Cobrem) e produzido por Walter Salles. Outro ponto forte é o elenco: Wagner Moura, Lázaro Ramos, João Miguel e Stênio Garcia. O negócio é sério.
Fora essas duas produções mais famosas, outras coisas também estão sendo feitas no cinema baiano. O cenário agora parece estar forte: saiu no A Tarde de domingo (pena não poder reproduzir o texto completo aqui; o conteúdo do site é exclusivo).
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terça-feira, 5 de agosto de 2008
Diálogos do Cotidiano – Papo cabeça
- Cara, você já foi na biblioteca dos Barris?
- Perdi nada lá...
- Rapaz... Tu não sabe. Tem uma gostosa na recepção que “meu deus”...
- E daí? Gostosa tem em todo lugar.
- É, eu sei, mas essa de lá é um fenômeno, cara. Você não tem noção.
- E você vai lá só pra ver essa vagabunda?
- Vagabunda o que!? Olhe o respeito com ela.
- E você conhece?
- Não
- Pois é. Você pega um ônibus lotado pra Lapa, se espreme todo, neguinho te encoxa e tudo mais... Tudo isso só pra ver uma gostosa?
- Você não está entendendo. É difícil até de descrever.
- É gostosa, porra. Tem descrição melhor que essa?
- Ó que tem... Porque existem vários níveis de gostosas. Já vi gente comparando com fruta, time de futebol, escala risher e as porra...
- E você tem escala de medição? Pra mim a top das gostosas do mundo é Beyoncé. Mas tem também Ivete, que é um mulherão.
- É melhor que todas essas.
- Impossível. Não existe mulher mais gostosa do que Beyoncé ou Ivete. Só se essa ai for uma aberração, o que duvido muito. Onde já se viu!? Mulher dessa gostosura perdida na recepção da biblioteca dos Barris. Puta que pariu, Cabeça. Você ta de sacanagem mesmo.
- Tá bom, não é isso tudo mas tá no nível de Gretchen. Mais ou menos por ai
- Peraê... Você sai daqui de Pernambués pra ver uma mulher do nível de Gretchen? Porra, Cabeça! Não estou mais lhe reconhecendo.
- Mas você não sabe, meu caro. Ontem eu saí de lá e passei pela gostosa e sorri. Ela sorriu pra mim. Amanhã irei lá de novo e vai ser um golaço, pode anotar ai.
- Ela tá te dando bola é?
- Rapaz... Aparentemente sim. Nunca se sabe. Vou pra lá pensando em Beyoncé e acabo na cama com Gretchen.
- Pode crê... Melhor garantir uma foda do que ficar em casa chupando dedo.
- Tá vendo?! É disso que tô falando. Deixa eu ir agora pro trabalho que eu bato ponto, negão
- Beleza, Cabeça. Vem cá... Essa gostosa ai não tem uma amiga dando sopa, não?!
- Eu vi ela batendo um papo com a faxineira. É novinha, corpinho arrumado, trança no cabelo oxigenado...
- Parece ser gostosa. É que nível?
- Carla Perez derrubada.
- Tá valendo.
- Perdi nada lá...
- Rapaz... Tu não sabe. Tem uma gostosa na recepção que “meu deus”...
- E daí? Gostosa tem em todo lugar.
- É, eu sei, mas essa de lá é um fenômeno, cara. Você não tem noção.
- E você vai lá só pra ver essa vagabunda?
- Vagabunda o que!? Olhe o respeito com ela.
- E você conhece?
- Não
- Pois é. Você pega um ônibus lotado pra Lapa, se espreme todo, neguinho te encoxa e tudo mais... Tudo isso só pra ver uma gostosa?
- Você não está entendendo. É difícil até de descrever.
- É gostosa, porra. Tem descrição melhor que essa?
- Ó que tem... Porque existem vários níveis de gostosas. Já vi gente comparando com fruta, time de futebol, escala risher e as porra...
- E você tem escala de medição? Pra mim a top das gostosas do mundo é Beyoncé. Mas tem também Ivete, que é um mulherão.
- É melhor que todas essas.
- Impossível. Não existe mulher mais gostosa do que Beyoncé ou Ivete. Só se essa ai for uma aberração, o que duvido muito. Onde já se viu!? Mulher dessa gostosura perdida na recepção da biblioteca dos Barris. Puta que pariu, Cabeça. Você ta de sacanagem mesmo.
- Tá bom, não é isso tudo mas tá no nível de Gretchen. Mais ou menos por ai
- Peraê... Você sai daqui de Pernambués pra ver uma mulher do nível de Gretchen? Porra, Cabeça! Não estou mais lhe reconhecendo.
- Mas você não sabe, meu caro. Ontem eu saí de lá e passei pela gostosa e sorri. Ela sorriu pra mim. Amanhã irei lá de novo e vai ser um golaço, pode anotar ai.
- Ela tá te dando bola é?
- Rapaz... Aparentemente sim. Nunca se sabe. Vou pra lá pensando em Beyoncé e acabo na cama com Gretchen.
- Pode crê... Melhor garantir uma foda do que ficar em casa chupando dedo.
- Tá vendo?! É disso que tô falando. Deixa eu ir agora pro trabalho que eu bato ponto, negão
- Beleza, Cabeça. Vem cá... Essa gostosa ai não tem uma amiga dando sopa, não?!
- Eu vi ela batendo um papo com a faxineira. É novinha, corpinho arrumado, trança no cabelo oxigenado...
- Parece ser gostosa. É que nível?
- Carla Perez derrubada.
- Tá valendo.
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segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Inauguração do metrô de Salvador
Eu não sou de colocar vídeo aqui no blog, mas agora eu abro exceção para expor esse. É pequeno e vale a pena ver.
Clique aqui.
Clique aqui.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Top 10 revolutions
Top 10 maneiras (baianas) de se livrar de uma blitz da lei seca
1 - Quando o agente lhe parar, apenas grite “bora baêa minha porra”. A chance do cara ser torcedor do Bahia (e te liberar) é bem grande.
2 - Adquira um kit disfarce de “brown”: bermuda colorida de surfista, camiseta, gel para o cabelo, boné e óculos escuros (não interessa se for de noite). Ligue no som do carro um CD do Fantasmão nas alturas e ponha o braço para fora do carro. Agentes da SET têm medo de brown. Quer dizer, todo mundo tem medo de brown.
3 - Invente um sotaque estrangeiro e a SET te libera. Na Bahia, nada pode ser contra gringos que vêm gastar seus dólares em periquitas mulatas.
4 - Você pode fingir que é um repórter bizarro de alguma emissora local e que está fazendo alguma matéria (bizarra). Eles vão acreditar, afinal todo dia surge mais um repórter bizarro de alguma emissora local que está fazendo alguma matéria (bizarra).
5 - Ande sempre no seu carro com CDs do Chiclete com Banana e, claro, com adesivo da patinha colado na traseira do veículo. Quando tiver perto da blitz, ligue o som alto e deixe que Bell salva sua pele.
6 - Se já estiver tarde e você tomou todas, não se preocupe. Pare na Av. Manoel Dias, pegue um travesti e ponha ele (ela) para dirigir. A SET não pára mulher, ainda mais alguém parecido com uma mulher. Isso só vai lhe custar R$ 50.
7 - Quando o agente lhe parar, diga que está sem carteira. Ele não vai fazer o teste e a multa por dirigir sem habilitação é menor.
8 - Se antecipe. Ao invés de ser parado, já chegue esbaforido à blitz e diga que lá trás ocorreu um acidente horrível entre dois ônibus lotados. Os agentes rapidamente vão abandonar o posto e você sai tranquilamente.
9 - Pergunte ao agente qual o nome dele. Depois é só inventar uma história o envolvendo em um caso de suborno na semana passada num local qualquer da cidade. A chance do cara ter realmente pedido suborno para alguém é bem grande e isto pode salvar sua pele.
10 - Relaxe. A chance de eles estarem em greve é grande.
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