segunda-feira, 31 de março de 2008

O caso Aeroclube

Nossa cidade padece. Exemplos não faltam, mas abro espaço aqui hoje para um caso emblemático na nossa miraculosa Salvador: Aeroclube Plaza Show. Quem não se lembra a imagem daquele espaço grandioso antes da transformação em um shopping/área de lazer? (1997-1999)

Para quem não se lembra, muitos brigaram por aquela área, algo semelhante ao que acontecia há uns anos com o ex-clube Português (que agora é definitivamente da prefeitura). Área enorme e de potencial. Licitação feita, ganha (pela mesma “empresa” que controla o shopping Iguatemi) e empreendimento construído e inaugurado. Rápido assim. Hype. Bombação. Vitrine. Todo mundo queria estar lá e desfilar pela tarde/noite mais badalada de Salvador, e isso incluso os bares e boates do local. Estacionamento? Rode para encontrar.

Passados alguns anos, o local faliu vergonhosamente e definhou até o ano passado, quando de uma vez por todas fechou suas portas. Os lojistas chiaram e ainda chiam absurdos, a meu ver, com toda razão. O descalabro é tão grande que só a prefeitura, e ai vem o link com o início do texto, para salva-la. Incrível, mas aconteceu.

Coloco esses links do youtube para esclarecimento. Foram feitos por lojistas no alto do desespero. Descontem um pouco do exagero, mas confiram um excelente documento sobre o Aeroclube Plaza Show e sua relação com prefeitura e ministério público.

http://br.youtube.com/watch?v=Orak9YEE6lc
http://br.youtube.com/watch?v=3M7W_seID
http://br.youtube.com/watch?v=gn5YWyGWR6Y
http://br.youtube.com/watch?v=rAx6KspAI4U

sábado, 29 de março de 2008

459

Post de silêncio em referência ao aniversário da cidade.
Nada a se comemorar.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Obras históricas

É óbvio que todos são de acordo em revitalizar monumentos históricos ou até mesmo casarões, como é o caso do Comércio, que possue inúmeros.

Mas um hotel? E está prestes a acontecer.

Eu só espero que ele, nosso glorioso prefeito, não tente fazer igual ao Pelourinho. Na época foi lindo, mas hoje, alguns anos depois, está quase tudo novamente como estava: feio e reduto de prostitutas, mendingos e drogados.

Li uma vez, e realmente não consigo lembrar onde foi, que o turista gosta de conhecer novos lugares exatamente igual do jeito que é. Sem máscaras. Sem maquiagens. Ele gosta de participar daquilo, de se envolver no dia-a-dia do local. Portanto, tirando esse casarão (que revitalizado poderia abrigar o mercado do peixe, porexemplo) perderemos mais um ponto histórico. Até porque só vai poder apreciá-lo quem tiver grana de se hospedar lá.
Agora pergunte o que vai acontecer.

quarta-feira, 26 de março de 2008

De quem é a calçada?

Nosso mau hábito no trânsito já é muito conhecido. Dizem até que os baianos são os piores condutores de veículos automotores. Sei não. Mas também as lojas daqui não ajudam. E veja porque. Quem nunca tentou andar pelo passeio e não conseguiu porque tinha um carro na calçada? É incrível.

A pituba é pródiga nisso. As calçadas, mesmo alargadas, às vezes não dão conta da quantidade de carro e de pedestres. Veja o exemplo da Vídeo Hobby. A calçada é enorme e a locadora dispõe até de manosbrista, mas tem dias que o passeio é completamente tomado por carros. Temos que disputar espaço com os bentidos.

Certa vez enfrentei uma dessas situações. Eu passava, mas com dificuldade e driblando a lá Matrix os carros. Ai me veio a pergunta: e um cadeirante? Passa ali? Perguntei ao manobrista como é que ia ser se um deficiente físico, ou até mesmo um idoso, tentasse passar pelo local. “Rapaz... Tem muito carro hoje e não tem onde botar”. Insisti com o questionamento e uma mulher que tinha deixado o carro numa situação “duvidosa” se aproximou. E repetiu o discurso do manobrista. Eu disse: “Sim, e daí que não tem vaga? O que eu, pedestre, tenho a ver com isso?”

Fui ignorado e tudo ficou como dantes no quartel de abrantes.

Pergunte se alguma coisa mudou.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Não mudamos nada

Fiquei intrigado ao ler algo sobre Salvador num livro. Vou reproduzir abaixo o trecho e você me dirá o que acha. O relato é real de uma viajante inglesa e data de 1808, ou seja, duzentos anos atrás. Qualquer semelhança com nossa atual Salvador é mera coincidência:

“A rua pela qual entramos através do portão do arsenal é, sem dúvida nenhuma, o lugar mais sujo em que eu jamais estive. É extremamente estreita e, apesar disso, todos os artífices trazem seus bancos e ferramentas para a rua. Nos espaços que deixam livres, ao longo da parede, estão vendedores de frutas, salsichas, chouriços, peixe frito, azeite e doces, negros trançando chapéus ou tapetes, cadeiras, cães, porcos, aves domésticas, sem separação nem distinção. Como a sarjeta corre no meio da rua, tudo alise atira das diferentes lojas, bem como das janelas”.

*Retirado do livro "1808", de Laurentino Gomes. Página 114-115.

Welcome to No One Land!

A idéia de criar esse blog veio de várias situações esdrúxulas vividas em Salvador. Situações que com certeza você, nobre visitante, já passou e/ou presenciou. São coisas típicas de Salvador e de seu grande estado-mãe, Bahia.

O nome, portanto, não poderia ser outro e surgiu de uma conversa entre amigos, em que, mais uma vez, comentávamos sobre um fato ocorrido comigo. Terra de ninguém! Foi a expressão ouvida no recinto.

E é mesmo. É só você olhar ao redor e verá situações absurdas que só poderiam ter acontecido aqui. Pode até ser que em outro lugar aconteça algo mais pífio, mas igual à nossa queridíssima Salvador é impossível. Vivemos no caos e as pessoas escolhem simplesmente olhar para o lado e não ver. Típico nosso.

Mas, também não pense que aqui será apenas um espaço de mazelas. Teremos também as boas coisas da nossa cidade-estado, boas dicas e informações relevantes. Pelo menos eu acho.

O mais legal, só para terminar, é a participação. Quem tiver fotos, vídeos ou qualquer outra coisa típica (e entendam o que estou dizendo) da nossa cidade, é só mandar. Publicarei com o maior prazer.

Um bom resto de dia... E vá pela sombra, que o bixo tá pegando.